sexta-feira, 30 de março de 2012

Torcedores, lembrem-se, a multidão não somos nós.


A multidão é irracional. A multidão é primitiva; é selvagem e infantil.

A multidão é volúvel, caprichosa e imprevisível. Uma multidão é uma gente suja desprovida de nome (Clarendo)

Uma multidão é ma fera sem nome. (Gabriel Tarde).

Uma multidão é uma fera selvagem. (Alexander Hamilton).

Uma multidão é como um rebanho de ovelhas, como um bando de lobos. (Platão).

Como um cavalo manso quando atrelado, perigoso quando em liberdade. Uma multidão é como uma fogueira ardendo descontroladamente, destruindo tudo que encontra pelo caminho, incluindo finalmente a si própria. ( Thomas Carlyle).

A multidão está tomada por uma febre, um delírio, um estado de hipnose. (Gustave LeBon).

A multidão revela nossos “eus” darwinianos, hordas primitivas subtamente liberadas pela influência do coletivo. Uma multidão revela nossos “eus” freudianos regredindo a um estado de urgência elemental e primitiva. A multidão matou Sócrates; a multidão matou Jesus. A multidão mata – na Bastilha, na Comuna, na frente do Palácio de Inverno, nas ruas de Viena, numa rua suja do Mississipi ou do Soweto.

O texto acima foi extraído de uma das páginas do livro Entre os Vândalos, de Bill Buford, que fala das torcidas de futebol, fanáticas e violentas, que causavam destruição e mortes na Inglaterra no auge do hooliganismo. O autor citou frases de teóricos que analisaram as multidões.

Isso não está longe da nossa realidade. No fim de semana passado, antes do clássico paulista Corinthians e Palmeiras no Pacaembu, um embate de multidões, que se camuflam com o apelido de torcidas organizadas, acabou com dois mortos. Como resolver?

As principais torcidas organizadas de Corinthians e Palmeiras foram suspensas dos estádios, pela justiça. Inútil. Basta tirarem as camisas das ditas torcidas para os vândalos terem acesso aos estádios. A solução é punição rígida. Identificar os infratores e fazer com que paguem por seus crimes, sem lentidão nos processos judiciais. Foi assim na Inglaterra.

Mas é claro que o primeiro passo pode ser dato por nós torcedores, verdadeiros torcedores. Esse fim de semana tem mais um clássico, desta vez no Rio. Apaixonados por Botafogo e Fluminense, lembrem-se: a multidão não somos nós.

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