Foto: Leandro Moraes/UOL. |
Nesse domingo saí de casa rumo ao
Estádio do Morumbi, para ver São Paulo e Santos, uma das semifinais do
Paulistão. Mas porque eu, que não sou torcedor de nenhuma dessas equipes, fui
assistir àquela partida de futebol? Queria ver Neymar jogando, das
arquibancadas de um estádio. Tinha a esperança de que ele jogasse bem e fizesse
um golzinho. Teve muito mais que isso.
O jogo começou e o Santos foi pra
cima. Alan Kardec foi derrubado na área. Pênalti e gol de Neymar, o centésimo
com a camisa do alvinegro praiano. A cobrança foi impecável, Denis, o goleiro
do São Paulo, nem “saiu na foto”. Pensei: gol de pênalti não vale! Tudo bem que
grandes jogadores já erraram, mas qualquer peladeiro converte em seus jogos de
fim de semana. Queria mais. E tive.
O Santos se fechou e, claramente,
jogou no contra-ataque. Justo, porque Neymar, rápido, estava infernizando a
zaga tricolor. Ele não só partia pra cima buscando o gol, também driblava,
provocava os adversários, cavava faltas e, em conseqüência disso, cartões
amarelos e até um vermelho. Em um lance em que o zagueiro Paulo Miranda bobeou
Neymar tomou a frente, ficou cara a cara com o goleiro e... O resto vocês já
sabem. Gol! Dois a zero no primeiro tempo. O São Paulo, jogando mal, só teve
duas boas chances: uma cabeçada na trave depois de cobrança de escanteio, e um
chute cruzado de Casemiro.
O tricolor voltou diferente para
o segundo tempo. Até diminuiu, com Wiliam José, e se animou para o jogo. Mas se
o time do técnico Emerson Leão mudou, Neymar continuou igualzinho. Correndo
muito, buscando o gol. E achou. Recebeu na entrada da grande área e bateu
forte, Denis saiu na foto, muito mal, aliás. Falhou e permitiu que Neymar
fizesse três gols no primeiro jogo do craque da Vila Belmiro em que eu estava
no estádio. Sorte minha!
Enquanto Neymar fazia as famosas
dancinhas comemorativas, e são paulinos xingavam com os piores palavrões, eu
estava satisfeito com o jogo. Não estava ali para torcer para um time ou para
outro, mas sim para ver a maior revelação do futebol brasileiro dos últimos
anos. Valeu a pena!
A outra estréia do dia
No mesmo dia, levei minha
namorada para, pela primeira vez, assistir a um jogo no estádio. A estréia da
Flávia não foi bem o que ela esperava. Chegamos tarde, em cima da hora, e de nada
valeu comprar os ingressos antecipados. Sem lugar nas cadeiras, todas ocupadas.
Também chovia muito. Ficamos no parapeito do setor de cadeiras vermelhas
especiais. Mas tudo bem, tivemos ótima visão para o campo.
Estávamos no meio da torcida do
São Paulo e, quando o Santos já vencia o jogo, nos solidarizamos com os
torcedores tricolores. Ouvi dela muitos “ais”, “nossas” e outras expressões
leves até que ela se tornasse a verdadeira torcedora de futebol e começasse a
xingar, mesmo que ainda contida (não topou chamar o juiz de ladrão).
Bom, podemos dizer que Neymar e o
Santos proporcionaram à Flávia uma ótima estréia em estádios de futebol. Espero
que ela pense assim, porque eu gostei do jogo, e me diverti nesse improvável
programa de casal.
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